Transparência Internacional Portugal apresenta Caderno de Encargos para as Legislativas 2022

Cerca de cinco meses depois da campanha Autarca pelo Bom Governo, focada nas eleições autárquicas, a Transparência Internacional Portugal apresenta o seu Caderno de Encargos para as Legislativas 2022, um conjunto de medidas que considera fundamentais para um país mais íntegro, mais transparente e livre de corrupção e que gostaria de ver nos programas eleitorais dos vários partidos.

Esta é uma campanha que, ao contrário da anterior, não é direcionada aos candidatos a deputados individualmente, mas sim aos partidos políticos e os programas que vão apresentar às eleições de janeiro de 2022, com medidas que podem propor no Parlamento ou aplicar no Governo.
Susana Coroado
Presidente da TI Portugal

Este caderno de encargos é uma compilação das várias medidas e propostas apresentadas ao longo da última década e que ainda não foram implementadas – como, por exemplo, nas respostas às consultas públicas da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e ao Plano de Recuperação e Resiliência –, escritas de uma forma simples e direta.

De fora das sugestões ficam medidas que já foram aprovadas pelo executivo e parlamento e estão em vias de ser implementadas, como a pegada legislativa. Esta, por exemplo, é uma recomendação feita em várias ocasiões no passado mas, como o Governo já se comprometeu em criar legislação nesse sentido, fica de fora do caderno de encargos. Vamos, no entanto, seguir atentamente o trabalho a ser desenvolvido.

Uma medida que não pode ficar de fora é, precisamente, a lei da regulação do lobbying. Tem sempre havido uma desculpa ou um detalhe de última hora que tem impedido a aprovação da lei no Parlamento, o que já nos levou a questionar quem anda a fazer lobbying contra a regulação do lobbying?

Mas a nossa maior recomendação aos partidos é a de que não esperem por um consenso no Parlamento para começar a implementar medidas como o registo de reuniões ou ofertas e hospitalidade. Não é precisa uma maioria parlamentar para que grupos parlamentares ou gabinetes ministeriais  publiquem, por sua iniciativa, esta informação.