Susana Coroado é a nova presidente da Transparência e Integridade

A investigadora Susana Coroado foi eleita no último sábado, 26 de setembro, como presidente da Transparência e Integridade (TI-PT), capítulo português da rede global de ONG anti-corrupção Transparency International, durante a Assembleia Geral da associação. O novo vice-presidente é Nuno Cunha Rolo, jurista e especialista em questões relacionadas com a Administração Pública. Completam a equipa diretiva os associados Jorge Máximo, José Fontão e Margarida Mano.

Susana Coroado é a terceira presidente a assumir funções na Transparência e Integridade, depois de Luís de Sousa (2010-2017) e João Paulo Batalha (2017-2020). Autora do livro “O Grande Lóbi”, investigadora académica e perita nacional e internacional em políticas de combate à corrupção, é doutorada pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa com uma tese sobre os riscos de captura regulatória em Portugal.

“Portugal enfrenta desafios enormes no combate à corrupção, tornados mais agudos e urgentes com a crise pandémica e o programa de recuperação económica que se prepara. Os tempos que atravessamos exigem uma intervenção cívica atenta e empenhada e a Transparência e Integridade continuará a desempenhar esse papel. A corrupção política e os mecanismos de corrupção transnacional, que incluem aos offshores e a esquemas como os Vistos Gold, estarão no centro das prioridades do nosso trabalho no futuro próximo”, disse Susana Coroado.

Luís de Sousa e Paulo de Morais consagrados como membros honorários

Na sua reunião de sábado passado, a Assembleia Geral da Transparência e Integridade consagrou também os ex-dirigentes Luís de Sousa e Paulo Morais como membros honorários da associação.

“O Professor Luís de Sousa é um dos mais reputados especialistas internacionais em políticas públicas de prevenção e combate à corrupção. Ao longo da sua carreira académica, em Portugal e no estrangeiro, contribuiu de forma determinante para o avanço da investigação sobre os fenómenos da corrupção e da integridade pública, com vasta obra publicada (quer científica, quer de divulgação), ajudando ainda a formar inúmeros investigadores nesta área de estudo.

Foi um dos mais destacados fundadores e primeiro Presidente da Transparência e Integridade, desempenhando um papel de liderança crucial no estabelecimento da associação e da sua cultura de intervenção cívica atuante e fundamentada, pelo qual a Transparência e Integridade lhe deve o seu reconhecimento e gratidão”.

“Ao longo de vários anos de intervenção cívica e política, o Professor Paulo de Morais destacou-se como uma das vozes mais ativas na denúncia e combate à corrupção em Portugal. Através da sua intervenção cívica ou no exercício de cargos públicos – como vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, entre 2002 e 2005 – denunciou más práticas e desequilíbrios institucionais que degradam a qualidade dos serviços públicos, contribuindo com as suas denúncias para o combate efetivo contra a corrupção e para o alargamento da liberdade de expressão em Portugal, que ajudou a expandir vencendo vários processos por difamação nos tribunais.

Co-fundador e dedicado dirigente da Transparência e Integridade durante seis anos, foi o seu primeiro vice-presidente e um dos seus principais porta-vozes, tendo desempenhado um papel de enorme relevo na conquista da relevância e visibilidade públicas que a associação alcançou praticamente desde o início da sua atividade”, lê-se nas moções aprovadas pela Assembleia Geral.