TI Portugal organiza o primeiro Integrity Bootcamp: Educação para a Integridade

Decorreu esta semana, entre os dias 11 e 14 de abril, a primeira edição do Integrity Bootcamp, uma iniciativa de Educação para a Integridade desenvolvida pela TI Portugal acolhida pela Fundação O Século, e com o apoio institucional da Direção-Geral de Energia e Geologia.

Integrada no protocolo de colaboração assinado com a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) para implementação do Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infrações Conexas, a medida de responsabilidade social 4.1.6 Educação para a Integridade Pública, materializa a prioridade inscrita na Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2024 de envolvimento dos jovens em idade escolar no combate à corrupção através da formação precoce nos domínios da ética e da integridade.

À parceria estabelecida entre a DGEG e a TI Portugal juntou-se a Fundação O Século, que aceitou pilotar a intervenção desenhada pela associação de combate à corrupção nas suas diferentes etapas:

1. Formação de Formadores, dirigida a educadores e técnicos da Fundação;
2. Laboratório de Projetos, destinados ao desenvolvimento dos projetos formativos de educação para a integridade a incluir no Bootcamp;
3. Integrity Bootcamp, 4 dias de formação intensiva para crianças e jovens (12 aos 16 anos) no sentido de incutir uma ética de cidadania que crie sentimentos de repúdio perante práticas de corrupção e infrações conexas;

Para Karina Carvalho, Diretora Executiva da TI Portugal, “a experiência-piloto apoiada pela DGEG é fundamental para testarmos pela primeira vez a metodologia train-the trainers e de formação-ação que defendemos para a capacitação anticorrupção do público em idade escolar. Tão importante quanto a produção de um novo referencial de educação neste domínio e a sua integração obrigatória nos currículos, é dotar educadores e Escolas de conhecimento efetivo sobre a temática da corrupção e de ferramentas de empoderamento cívico customizadas, ou seja, trabalhadas para informar e sensibilizar para a ética e para a integridade a partir dos desafios específicos que se colocam em cada contexto educativo”, acrescentando que “não podemos simplificar o que é complexo: da mesma forma que não se combate a corrupção por decreto, a literacia anticorrupção por si só não é suficiente para incrementar padrões éticos. É indispensável que a comunidade escolar – dirigentes, professores e educadores, alunos e pais – compreenda as vantagens associadas ao incremento da transparência e da integridade mediante a sua incorporação nas formas de agir, de pensar e de sentir que constituem a Escola, entendida enquanto o lugar de formação e desenvolvimento de cada indivíduo nas dimensões cultural, social e cognitiva”.

O movimento Transparency International, que a TI Portugal representa no nosso país, há muito que vem desenvolvendo iniciativas de capacitação para o público escolar, tendo lançado a Youth Integrity Initiative, um esforço coletivo dos mais de 100 capítulos da TI espalhados pelo mundo com o objetivo de difundir os valores da transparência, da integridade e da luta contra a corrupção entre a juventude, uma vez que a corrupção mina o poder dos jovens, e viola os seus direitos políticos, económicos e sociais básicos.

No Integrity Bootcamp participaram crianças e jovens entre os 12 e os 18 anos, que se encontram acolhidos em situação temporária, e as equipas de educadores(as) e técnicos(as) da Fundação O Século.

O programa desenvolvido pela equipa TI Portugal combinou sessões expositivas e interativas e trabalhos de grupo, incluindo ainda duas visitas guiadas: ao Museu Bordalo Pinheiro e à sessão plenária da Assembleia da República, realizada na tarde do dia 13 de abril.

Ao todo foram 4 dias de formação intensiva em que crianças e jovens se relacionaram e incorporaram de forma prática conceitos e princípios nucleares anticorrupção, tais como justiça, poder delegado e separação de poderes, ética e integridade, código de conduta, responsabilidade ou representação.